A pandemia chegou e com ela muita coisa mudou, antes de tudo isso tínhamos um desafio de vender um destino, hospitalidade, uma boa localização, dentre outras necessidades e prioridades de nossos hóspedes. Nesse momento entra mais um protagonista em cena, a higienização, que está diretamente associada ao bem estar, saúde e segurança do hóspede e muitas vezes de toda a sua família que estão juntos em viagem.
E agora o que fazer?
Elaborei alguns passos para orientação e reflexão:
1- Setor de Governança – A Governanta(o) precisa ganhar outro status dentro da hotelaria, sua capacitação, formação e experiência passa a ser de suma importância na hora da contratação, assim como sua participação no orçamento do hotel gerenciando seu centro de custo e participando de reuniões e decisões estratégicas. Acredito que alguns hotéis vão ter a necessidade de criar um Setor específico de Gerência de Qualidade ou Serviços, englobando todos os setores geradores de despesas em paralelo a Gerência de Hospedagem para assumir os departamentos de Governança, Manutenção e A&B, tal como temos nos hospitais a Hotelaria Hospitalar.
2- Elaborando meu Processo de Higienização – Os manuais, protocolos e outros documentos servem como orientação, no entanto cada hotel deve elaborar seus próprios processos, considerando fatores, como diária média X capex, tipo de superfícies, áreas do meu estabelecimento e qualificação dos meus colaboradores.
3- Escolhendo o Produto Químico ou Saneante – O primeiro ponto é selecionar o tipo de princípio ativo a ser utilizado, de acordo com a ANVISA temos vários tipos aprovados, no entanto levando em consideração toxicidade, custo benefício e agressividade às superfícies, indicamos para a limpeza e desinfecção nesse momento produtos à base de Quaternário de Amônia e Peróxido de hidrogênio preferencialmente, podendo também em alguns casos após avaliar tipo de sujidade e superfície, usar um produto clorado (detergente + Cloro em um único produto).
Após a escolha do princípio ativo precisamos definir um bom fornecedor levando em consideração os seguintes pontos:
- Registro na ANVISA;
- No caso de Desinfetantes, além do registro, exigir os laudos emitidos por laboratórios credenciados à ANVISA;
- FISPQ para avaliar o nível toxicidade e de corrosão dos mesmos, afim de evitar problemas de saúde com os colaboradores e danos a superfícies;
- Verificar o que o fornecedor oferece de suporte: treinamentos, diluidores em comodato para garantir o uso correto dos produtos, frascos pulverizadores identificados e atendimento pós venda.
4- Escolhendo meus acessórios e equipamentos – Os acessórios e equipamentos de higienização também ganharam importância com pandemia, pois precisamos de forma segura recolher e armazenar toda a sujidade particulada sem o risco de espalhar a mesma no ambiente. Com isso vassouras, rodos tradicionais, panos de chão e escovão ficaram obsoletos, enquanto as microfibras, mops que já armazenam e dispensam os produtos de forma prática e segura ganharam a cena do mercado. E pode acreditar, toda essa inovação, vem acompanhada de redução de custo, já que os mesmos possibilitam uma higienização mais eficiente, reduzindo o consumo de água, de tempo de limpeza e aumentando significativamente a produtividade. Diante do exposto a recomendação é substituir os seguintes equipamentos o mais rápido possível:
- Carros de Camareira Aberto – Substituir por fechados com portas, tampas para os compartimentos de resíduos e roupas sujas, além de local apropriado para acondicionar produto químico e EPI’s;
- Vassoura – Substituir por mop pó ou mop úmido, ou ainda sistema de aspiração profissional com filtro hepa, afim de reter as micropartículas;
- Pano de Chão – Devem ser substituídos por microfibras, que tem maior poder de arraste e de retirada de sujidade de uma superfície, além do melhor desprendimento da sujidade, facilitando a lavagem, ou pano tnt descartável;
- Esponja Dupla Face e Escovas – Substituição por fibra de limpeza pesada com Limpa Tudo com cabo de alumínio para o piso e fibra de limpeza macia
para louça sanitária, inox e blindex, com cores diferentes para cada uma dessas superfícies.
Seguindo esses passos, teremos produtos adequados, equipamentos que vão melhorar a ergonomia e reduzir o esforço físico, trazendo menor e melhorando a produtividade e qualidade da higienização.
Por:
Ricardo Luís Paiva de Miranda
Empresário e Consultor na Área de Higiene Profissional com 25 anos de experiência
Formação: Administração de Empresas
MBA em Gestão Empresarial
Consultor Técnico da ABG no Novo Manual Pós Pandemia
Sócio Fundador da SBHH CE